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Capítulo XXIV– Não ponhais a candeia debaixo do alqueire – itens 17 a 19.

Carregar sua cruz. Quem quiser salvar a vida, perdê-la-á.

17. Bem-ditosos sereis, quando os homens vos odiarem e separarem, quando vos tratarem injuriosamente, quando repelirem como mau o vosso nome, por causa do Filho do homem. – Rejubilai nesse dia e ficai em transportes de alegria, porque grande recompensa vos está reservada no céu, visto que era assim que os pais deles tratavam os profetas. (S. LUCAS, 6:22 e 23.)

18. Chamando para perto de si o povo e os discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir nas minhas pegadas, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; – porquanto, aquele que se quiser salvar a si mesmo, perder-se-á; e aquele que se perder por amor de mim e do Evangelho se salvará. – Com efeito, de que serviria a um homem ganhar o mundo todo e perder-se a si mesmo? (S.MARCOS, 8:34 a 36; S. LUCAS, 9:23 a 25; S. MATEUS, 10:38 e 39; S. JOÃO, 12:25 e 26.)

19. “Rejubilai-vos, diz Jesus, quando os homens vos odiarem e perseguirem por minha causa, visto que sereis recompensados no céu.” Podem traduzir-se assim essas verdades: “Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má vontade para convosco, vos deem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais.”

Depois, acrescenta: “Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir”, isto é, suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando-me a mim, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres,

Deus dirá: “Já recebestes a vossa recompensa.”

ESTUDO A RESPEITO DO TEXTO: Capítulo XXIV– Não ponhais a candeia debaixo do alqueire – itens 17 a 19.

Toma a sua cruz e siga-me

  1. Bem-ditosos sereis, quando os homens vos odiarem e separarem, quando vos tratarem injuriosamente, quando repelirem como mau o vosso nome, por causa do Filho do homem. – Rejubilai nesse dia e ficai em transportes de alegria, porque grande recompensa vos está reservada no céu, visto que era assim que os pais deles tratavam os profetas. (S. LUCAS, 6:22 e 23.).

Jesus conclama o cristão, nessa frase, como em outras, à vivência evangélica em qualquer lugar, com sinceridade, com naturalidade, mesmo entre pessoas incapazes de entendê-las e aceitá-las, mesmo recebendo zombarias, críticas ou injúrias.

Para assim proceder, é necessário que seus ensinos sejam penetrados no íntimo do ser, dando ao cristão a certeza de que são verdadeiros, que se constituem o caminho reto que leva o Espírito imortal à perfeição e à felicidade.

É necessário que o amor a Deus, “Inteligência suprema e causa primária de todas as coisas”, a Jesus, o Espírito mais puro que já viveu na Terra, ao próximo, que é todo aquele que do outro se aproxima, que dele necessita, seja a meta a ser perseguida durante seu processo evolutivo.

É necessário que os valores espirituais sejam considerados acima dos valores materiais, sacrificando esses em favor daqueles.

Sabemos que a vida é eterna para todos, e todos se tornarão Espíritos puros. Assim, quando Jesus diz “o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á”, está se referindo à perda das oportunidades de elevação que cada existência lhe proporciona, devido ao apego à vida material, com seus valores.

Os que se esforçam por vivenciar os ensinos de Jesus, na sua pureza, na sua coerência, na sua sabedoria, não têm receio do mal exterior, porque confiam no amor e na justiça do Pai, que dá a cada um segundo suas obras, segundo sua maneira de sentir, pensar e agir.

“Se alguém me quiser seguir, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me”, disse Jesus.

Como entender o negar-se a si próprio, se tudo na Terra leva o homem à satisfação das suas necessidades materiais e espirituais?

Negar-se a si mesmo é negar-se a ser fruto da matéria, é compreender-se como Espírito imortal, percebendo que suas necessidades espirituais estão acima das necessidades materiais; que essas devem ser satisfeitas na medida do bem que possa proporcionar ao Ser Eterno.

Em assim se percebendo, eliminará todo excesso, todo supérfluo, no objetivo de não prejudicar o Espírito, que levará consigo para sempre, apenas os valores espirituais desenvolvidos durante a existência, negando-se durante essa, a tudo que possa dificultar a sua progressão espiritual.

Com esse objetivo, direcionará suas energias para as atividades que beneficiem a si e aos demais, evitando as que possam prejudicar a si e aos demais.

É estabelecer uma meta de desenvolvimento espiritual, no bem, para o bem, pelo bem, esforçando-se por não perdê-la em nenhum momento; se ou quando isso acontecer, retomá-la logo que se aperceber do desvio, permanecendo no caminho, através do qual o objetivo será atingido, não importando quando, nem como, porque tem certeza da vitória.

Além dos vários significados que apresenta, como por exemplo o madeiro em que Jesus foi pregado, a palavra cruz é usada também, por extensão, para designar aflição, pena, infortúnio. É com esse sentido que se diz “Minha tia carrega uma pesada cruz”, para dizer que ela sofre muito com os problemas que a sua vida lhe traz.

Em um planeta como a Terra, ainda considerado de expiação e de provas, é obvio que quase todas as pessoas chegam à nova existência carregando determinada cruz, que pode ser leve ou pesada, mas, com certeza, é proporcional aos compromissos assumidos, pelas faltas do passado.

Comentando determinada passagem do Evangelho, Kardec escreveu:

“Rejubilai-vos, diz Jesus, quando os homens vos odiarem e perseguirem por minha causa, visto que sereis recompensados no céu.” Podem traduzir-se assim essas verdades: “Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má vontade para convosco, vos deem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais”.

Depois, acrescenta: “Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir”, isto é, suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando-me a mim, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: “Já recebestes a vossa recompensa”. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIV, item 19.) (Grifamos.)

Tomar a sua cruz é aceitar a lei de causa e efeito, fruto da Inteligência Suprema, que não condena ninguém, mas dá a todos as consequências dos seus atos agradáveis ou desagradáveis, para aprendizado e evolução espiritual.

Não se revoltar, não se lamentar, enfrentando as vicissitudes, com coragem, confiança em Deus e em si, sabendo que colhe o que plantou, favorecendo sua caminhada em direção à meta entendida e aceita.

Seguir Jesus é estudar seus ensinos, compreendê-los o melhor possível, trazê-los para a vivência cotidiana, praticá-los, esforçando-se o máximo para tal, porque Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Compilado por Toninho Tavares.